terça-feira, 4 de julho de 2017


CONSCIENTIZAÇÃO PARA A CULTURA SURDA

Ao estudar a cultura surda e a construção de sua forma de comunicação (a língua de sinais), é possível perceber alguns relances de estigmas sofridos na construção dessa cultura e na reafirmação de sua língua. Ao longo da história dos surdos, muitos estereótipos foram usados para se referir aos surdos, tais como: o mudo, deficiente, anormal, doente e outros mais.
A surdez muitas vezes foi associada a aspectos cognitivos, por estes motivos, através da história o surdo sofreu preconceitos e não pôde exercer sua cidadania. Por não ser considerado inteligente, o sujeito surdo foi estigmatizado por ser considerado louco e incapaz. O termo surdo-mudo ainda é usado até hoje por pessoas que não param para refletir que o fato de não ouvir não torna alguém mudo (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2011).
Historicamente, o surdo carrega um traço específico que o afasta da relação cotidiana, um estigma. Na Grécia antiga, onde predominava os padrões de beleza ideais firmados a partir de medidas proporcionais e simétricas, os deficientes eram considerados inválidos e por vezes sacrificados. Sem a possibilidade de oralização eram vistos como animais, já que o pensamento (racionalidade humana) se dava mediante a fala. Em Roma, os surdos eram privados dos direitos legais, não casavam, não herdavam bens e, segundo a igreja católica, eram destituídos da salvação, não tinham direito a uma redenção espiritual, assim como não acreditavam que os surdos deveriam ser educados, privando-os de qualquer desenvolvimento intelectual e moral. Na antiga China, os surdos eram jogados no mar ainda vivos; em Esparta, os surdos eram jogados de rochedos; em Gales, nas festas religiosas os surdos eram usados como sacrifícios (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA de SURDOS apud LIMA e BARRETO, 2011).
Os surdos sempre foram estigmatizados e considerados de menor valor social. Pelo fato de não falarem eram considerados “humanamente inferiores”. A língua de sinais não era reconhecida, sendo considerada uma mímica gestual.
A visão ouvintista torna o surdo incapacitado e não respeita sua cultura e sua língua, que é a língua de sinais. A comunidade ouvinte estereotipa os surdos como deficiente pelo fato de eles não falarem oralmente (STRÖBEL, 2007).
Atualmente, não podemos negar a visibilidade que a comunidade surda alcançou, sendo umas de suas grandes conquistas a legitimação da LIBRAS enquanto língua oficial, bem como uma legislação voltada para a regulamentação do direitos dos surdos a interpretes nas instituições públicas, como também o aumento considerável de estudos científicos sobre a surdez e os surdos.
A LIBRAS, como qualquer outra língua, não é natural, é construída, organizada e reorganizada no âmbito da interação social, portanto, é na relação com outros sujeitos que se constrói a identidade, no uso que se faz com a língua e nas relações que a mesma estabelece, é uma língua independente e reafirmar que a mesma é derivada da língua do país local.
Não podemos mais uma vez afirmar que houve um rompimento com o estigma, entretanto, tem ocorrido, com estas medidas, alterações consideráveis nas representações sobre a surdez, são estas mudanças ou a indução a estas mudanças através de práticas e ideias difundidas que se tornam de extremo interesse para a compreensão dos arranjos sociais.
As escolas inclusivas tem o objetivo de ensinar a viver e respeitar as diferenças, todavia, compreender essas diferenças para poder agir nelas é essencial, por isso, até este ponto o estudo dedicou-se em apresentar a história do surdo, sua cultura, língua e estigmas sofridos na busca de enriquecer a visão de profissionais envolvidos no sistema educacional de alunos surdos.


 Liderados pela essa visão de inclusão foi proposto pela professora Bruna Rodrigues da Silva, professora que administra a disciplina de Libras-Línguas Brasileira de Sinais que fizéssemos a interpretação de uma música em Libras (uma escolha a livre árbitro), na qual foi escolhido por nós a música Ninguém explica Deus da banda gospel Preto no Branco. Foi maravilhoso o contato com a forma de sinalização, aprendemos muito e vai ficar sempre nosso respeito e nossa admiração pelos surdos.

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